sábado, 25 de fevereiro de 2012

As Crônicas de Waldemar - Comigo não morreu!

Não vou apresentar Waldemar á vocês por pensar raro o ser que não o conhece, todos conhecem ou conheceram o pequeno Waldemar e sua visão de mundo, deste mesmo mundo, dividido pela magia - sim magia, poderes, espadas, damas, cavalos, espíritos e coisas que as pessoas duvidam ainda hoje - e pelo cinismo das pessoas. O que vou contar agora aconteceu num dia que para muitos parecia comum, mas não para Waldemar que sentia um cheiro estranho na manhã que o despertou com pequenos raios gelados do sol. Waldemar sabia bem que o sol era quente, e porque ele estaria gelado agora? Não era um grande mistério, era só mais uma pergunta na cabeça do pequeno que já havia passado por isso em outras ocasiões mais sombrias. Resolveu aproveitar o "sol gelado" da manhã e, não num pulo, mas num ânimo, levantou do velho e bom esconderijo e foi até o lado de fora, respirou fundo e o cheiro que o havia tirado da manhã quase o sufocou, não era fétido - ou fedido, como preferirem - era um cheiro suave, com se você cheirasse uma nuvem e ao passo que fosse maravilhosa a sensação, se afogaria e não perceberia o feito da nuvem danada! Ao perceber o seu "afogamento" Waldemar pulou para dentro da tenda novamente, procurou por todos da tribo, os anciãos e os irmãos dele, todos estavam deitados, quando Waldemar pensou "tudo bem, eles estão dormindo" viu o que se parecia com um rabo branco que acabava de invadir os pulmões do ancião pelo nariz, Waldemar quase em desespero, resolveu manter a calma e fazer o que tinha de ser feito, sugar a neblina das narinas do velho, e la foi ele, pra não enfiar a boca nas vias aéreas do velho - apesar de todo o respeito, Waldemar achava isso nojento - ele caçou algo como um canudo, e sem acordar ninguém, praticamente bebeu toda a neblina e o velho acordou, balbuciou alguma coisa como "toda vez que eu chego em casa a..." e voltou a dormir. Waldemar estava preso em casa, tinha que pensar bem em como poder sair e verificar de o Regis estava bem - resgis pra quem não sabe era reginaldo, seu avestruz companheiro de estimação - ele precisava saber, não tinha a intenção de deter aquilo por que pensava que logo a neblina cessaria, mas precisava saber se Regis estava bem. Pensou por 2 segundos, passou a mão no seu lenço preto com uma estampa de caveira amarrou na boca e nariz, prendeu a respiração e saiu tenda á fora, comessou a travessar a neblina de forma rápida mas sem correr pra economizar o oxigênio nos pulmões, e foi até onde Regis deveria estar, sim, deveria, pois não estava lá! Waldemar percebeu umas pegadas no chão, parecidas com a sua, e um lampião pequeno a aluns passos de onde Regis estava, jogado ao chão! Pensou que tudo aquilo aconteceu enquanto todos dormiam, pegou o lampião e resolveu acender o fogo dele com os fósforos que sempre carregava, e derepente aconteceu algo fantástico, mas que não surpreendeu Waldemar, o fogo fazia com que a neblina se afastasse, como uma redoma que protegia quem o segurava, então ele procurou em todos os lados da lamparininha um indício pra confirmar sua suspeita, e encontrou, na parte debaixo do pequeno lampião a inscrição feitas a faca "Royal" agora ele sabia quem era o dono daquela feitiçaria barata, predeu a respiração novamente, apagou o lampião, retirou um pouco do combustível e o ascendeu novamente, cheirou o líquido e percebeu que era um azeite especial, a base de vinho que o Ancião tinha na adega que recebeu após apaziguar uma batalha entre os Gordos e os Caldilhos antes de chegar nas terras atuais. pegou um bocado do azeite e fez uma duas fogueiras, uma atras e outra na porta da tenda, o que manteve os Anciãos e os irmãos protegidos. Ele pegou seu armamento e partiu em busca de Reginaldo, enquanto andava com o lampião, percebia que do lado leste a neblina era mais intensa "É lá que ele está!" acertou Waldemar e foi em direção ao foco da nuvem na terra. Waldemar chegou até os limites da terra onde vivia e quando chegou perto de um grande buraco com muita água percebeu que a neblina saia de lá, resolveu então jogar um pouco de azeite que tinha carregado em sua bolsa quando ouviu um "crec" vindo de um resto de fogueira que havia acabado de passar, e num susto foi acertado por uma pedra onde a Anciã chamava de "fonte", ou seja, na cabeça! Aquela pedra só fez sentido quando Wlademar viu a figura que o acertará, era ele, o Royal, um vizinho de terras que havia perdido os Jogos Virtuais para ele por três vezes:
- Eu quero só o que é meu Waldemar.
- E eu quero o Regis no meu estaleiro denovo, como você pegou.
- Você terá seu passarinho quando me devolver meus títulos e minha honra.
- Eu ganhei de forma justa, e você tentou me matar e matar os meus por causa daquela velharia?
- Eu não ia matar ninguém, aquilo só ia deixar vocês bêbados de dormindo...pra sempre.
- Enfim, te dou o que é meu por direito, e o Regis, onde está?
- Está descansando, agora passa pra cá estes títulos.
Waldemar, foi aos poucos recobrando a visão inteiramente, e o pensamento trabalhava a favor dele.
- Você sabe que a honra ainda será minha não é?
- Cala a boca, quando todos me virem com os títulos, niguém vai querer saber quem ganhou ou perdeu, só quem está com eles.
- Tudo bem. Está aqui - retirando seu casaco com as pedras e as gravaçãos e menções de todos os melhores jogadores das terras.
- Joga pra mim e anda!
- De jeito nenhum, o que você quer você pode ver, e o que eu quero, onde está?
Sem perceber o que Waldemar estava fazendo, Royal deixou de prestar a devida atenção a sua possa e sua neblina, que aos poucos foi se desfazendo e Waldemar já começava a reconhecer o lugar e também a ver Reginaldo a poucos metros dali.
- Você é mais burro do que eu pensava.
Waldemar jogou o casaco num tronco sobre a grande poça, e deu um dos maiores assovios de sua vida. Reginaldo entendeu o chamado, pulou pra fora do curral onde estava e foi ao socorro do amigo que saltou sobre ele enquanto Royal tentava buscar o casaco na água, todo mundo sabe que um avestruz corre muito mais que um ser humano, e pra desconsolo de Royal o avestruz tem uma bela performance dentro da água também, e o Regis se lançou na poça por cima de Royal, Waldemar quase se deitando em Regis alcançou seu casaco e saiu da água.
- Tsc tsc tsc. E você perdeu mais uma vez - Waldemar empunhou sua espada e quando ia desacordar Royal ouviu um grito da Anciã:
- Waaaaaaldemaaaaaaaar, o que você está fazendo na rua uma hora dessas?
- Mãe, o Royal roubou o Reginaldo de mim e eu vim buscá-lo!
- Mentira Dona Léo, eu só queria as minhas figurinhas - defendeu Royal.
- Larga este pedaço de pau agora se não eu vou usar ele em você seu sem vergonha! - gritou Dona Léo da varandinha de casa - e devolve já as figurinhas do menino.
- Mas eu ganhei mãe, elas são minhas! - disse Waldemar mordendo os dentes de raiva.
- Pega seu galo e vem logo tomar seu café e arrumar sua cama. E não discute.
Waldemar voltou, e não discutiu! Mas as figurinhas continuaram no bolso de seu pijama.

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