Um grande movimento na estação de trem, alguns felizes e animados falavam alto enquanto outros cansados fugiam do dia cansativo com os ouvidos tapados por fones, mergulhados em sua canção solitária. Em menos - bem menos- de um segundo todas as luzes daquela parte da cidade se apagaram, assim, de súbito.
Os faróis dos carros na rua ao lado da estação projetava uma grande sombra contra o muro do prédio em frente. O pânico era generalizado mas silencioso, até demais, aquela sensação de "alguma coisa errada" toma uma medida bem maior quando os carros param de passar com rapidez e no fim da estação todos estarrecidos vem uma sombra escura tomar uma forma viva e grande, a sombra a medida em que crescia, parecia absorver toda a espécie de alegria e a angústia tomava todo o lugar dela no cérebro, coração, onde quer que ela estivesse. Enquanto ela ia tomando aquela forma assustadoramente gigantesca, fazia com que percebecemos que aquele céu não estava em um tom preto e sim num azul, que ia sumindo enquanto aquilo ia crescendo. A pior sensação de todas era a de não saber o que era ela, ele, aquilo, que se movimentava em direção ao céu e parecia invadi-lo.
Alguns ruídos baixos começaram, murmuros de questionamentos dos que esperavam por um trem, e não por um mostro desconhecido que surge na escuridão. Um estalo no poste ao lado da bilheteria não rouba o olhar de ninguém que mede a criatura que pretendia engolir o planeta inteiro.
Todos percebem uma luz na base da coisa, como chamas, como se o inferno estivesse se abrindo, e um silhueta de um andante na frente dela atirava coisa nelas a as faziam aumentar. O gerador volta a funcionar e todos percebem que era apenas um mendigo que atirava pedaços de papelão numa pilha pequena de lixos e pneus de carros. Um alívio paira, alguns sorrisos dos desavisados escrevem "idiota" no ar, outros, mais histéricos dão muita risada e dizem o que passou pela cabeça.
Pra muitos aquilo não passou de uma brincadeira que a própria mente pregou neles, pra outros, aquilo era mesmo o demônio que invadia o mundo.
Cada um tem o medo que merece.
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Boa, mano! Boa...
ResponderExcluirhaha,que meda... ;P
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