sábado, 27 de março de 2010

Rúbrica.

O dia lá fora, claro. Como as idéias aqui, nele, do lado de dentro, sobre tudo o que fez. A medida em que a água fria escorre por seu corpo as coisas vão fazendo sentido. Do cárcere ao assassínio, quem será ele agora? Novo? Velho? Ou o que sempre era pra ser?

Olhando pra baixo, mirando o meio de sua coxa direita, o corte superficial que a quina da pequena mesa deixou enquanto ele corria, pra lembrar que todos os objetos daquele lugar são cúmplices de tudo o que houve, ali.

Um sorriso de canto de boca o mantém satisfeito e melancólico ao mesmo tempo, a mordida nos lábios enquanto chora indica que sim, ele quis matar aquele pobre homem, por um amor maior que o dele, por um algo maior que ele. Sacrificar por amor, era essa sua idéia quando tirou a vida de tudo o que não era, enquanto, de joelhos, com todas as letras, com apenas uma reza, suicidou o seu ego pra ser mais próximo.
Pra ele, pra ela, pras flores.

E ele, era.

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