sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Amarguras. Amargas amarguras.

Pendurada pelas mãos em uma esteira, o suor misturado com sangue que escorre das feridas que as cordas apertadas demais fizeram em seus pulsos.

Ela sabe que não nasceu pra ser refém, ela sabe que sua vida foi posta pelo noivo em um lugar de dignidade, ela sabe que não deveria estar ali. Já calejou a garganta, não pelo próprio grito, mas pelos gritos dos demônios que estão dentro dela, pelos gritos dos órfãos que ela tanto quis abrigar em seu seio, pelos gritos dos outros, não pelos seus.

Pela ultima vez neste dia que chega ao fim, ela pensa em engolir aquele veneno que dança em sua boca, e se render, como fez sua ancestral, mas sua mente protesta, e a mantém firme pela prometida palavra de quem voltaria pra buscá-la enquanto ela suportasse. “Tende bom ânimo!” disse ele, palavras que ela jamais esquecera, mesmo quando quis.

A ela, não interessa a mínima se é judia, romana, irlandesa ou uma cidadã aquém de qualquer cidadania. Ela só quer saber o que fará com a definição platônica de idéia. Ela só quer saber: “E agora, o que faço com a minha alma?”

6 comentários:

  1. Dificil querer entender vc.. desisto!

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  2. Mais para sentir, do que para entender!!!!!!!!!
    muitoo boooom!!!!!!!!!

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  3. Isso parece eu gritando com o mundo...mas meu grito é mais "cadê minha alma", do que o faço com ela...

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  4. Obrigada pela explicação!
    Realidade bem crua do que a gente vive, e finge nao ver...
    Que Deus tenha piedade, e quando chegar a hora da noiva, muitos estejam acolhidos e firmes nela e nao enganados pela religiosidade.

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  5. mais pra sentir, do que pra entender. [2]
    e eu entendi... tenso, hermano!

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  6. aiiiin que aflição... dá pra sentir né...

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